Contexto SAGRADAS ESCRITURAS, março, 2020


ICorinthios 10

E não tentemos a CHRISTO
E não murmureis, como tambem alguns delles murmurarão, e perecerão pelo destruidor.
E todas estas cousas lhes sobreviérão em figura, e estão escritas para nosso aviso, em quem ja os fins dos seculos são chegados.
O que pois cuida que está em pé, olhe que não caia.
[Almeida, 1850]

[62725]


Conhecendo a Bíblia - Salmos

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O Livro de Salmos é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poesias próprias para o uso tanto no culto congregacional quanto para a devoção particular. Em algumas coleções, os compiladores antigos reuniram a maior parte dos maravilhosos cânticos de Davi. Em outras, eles coletaram salmos de uma variedade de autores, como Moisés, Asafe, Hemã, os filhos de Corá, Salomão, Etã e Jedutum. Muitos são de fonte desconhecida. Os estudiosos judeus os chamam de “salmos órfãos”.

O Salmos, considerados individualmente, podem ter sido escritos em datas que vão desde o êxodo até a restauração depois do exílio babilônico. Mas as coleções menores parecem haver sido reunidas em períodos específicos da história de Israel: o reinado do rei Davi [1Crônicas 23.5]; o governo de Ezequias [2Crônicas 29.30]; e durante a liderança de Esdras e Neemias [Neemias 12.24]. Esse processo de compilação ajuda a explicar a duplicação de alguns salmos. Por exemplo 14 é similar ao 53.

O Livro dos Salmos foi editado em sua forma atual, embora com diversas variações, na época em que a Septuaginta Grega foi traduzida do hebraico, alguns séculos antes do advento de Cristo.

Os textos Ugaríticos, quando contrastados com os recentes escritos do mar Morto, mostram que as imagens, o estilo e o paralelismo de alguns salmos refletem um vocabulário e estilo cananeus muito antigos. Assim, o Livro dos Salmos reflete o culto, a vida devocional e o sentimento religioso de cerca de mil anos da história de Israel.

TEXTOS UGARÍTICOS

As escavações feitas em Ugarit (atual Ras Shamra, ao norte da Síria moderna) revelaram uma série de tabuletas em argila, contendo textos datados de cerca de 1400 a.C. a 1350 a.C.Até então muito pouco se sabia sobre a cultura ugarítica e ,embora sua mitologia possua muitos elementos em comum com os mitos da Mesopotâmia, os textos ugaríticos revelam uma série de elementos particulares.

Além da correspondência real para os monarcas vizinhos, a literatura ugarítica dos tabuletos encontrados nas bibliotecas locais incluem textos mitológicos escritos numa poesia narrativa, cartas, documentos legais tais como compra e venda de terras, alguns tratados internacionais, e uma grande quantidade de listas administrativas. Fragmentos de diversas obras poéticas foram identificadas: a "Lenda de Kirtu", a "Lenda de Danel", os contos de Ba'al que detalham os conflitos de Baal-Hadad com Yam e Mot, além de outros fragmentos.

A descoberta dos arquivos ugaríticos teve grande importância para o estudo bíblico, pois estes arquivos forneceram pela primeira vez uma descrição detalhada das crenças religiosas canaanitas durante o período diretamente anterior à colonização israelita. Estes textos mostram paralelos significativos com a literatura hebraica bíblica, particularmente nas áreas do imaginário divino e da forma poética. A poesia ugarítica tem diversos elementos encontrados posteriormente na poesia hebraica: paralelismos, métricas, e ritmos. As descobertas de Ugarit levaram a uma nova apreciação do Velho Testamento como literatura.

O título hebraico deste livro, Sepher Tehillim, significa “Livro de Louvores”. Os títulos gregos, Psalmoi ou Psalterion, denotam um poema que deve ser acompanhado por um instrumento de cordas. Entretanto, o Saltério contém mais do que cânticos para o templo e hinos de louvor. Ele inclui elegias, lamentações, orações pessoais e patrióticas, petições, meditações, instruções e tributos em acrósticos sobre temas nobres.

Em sua forma final no cânon das Escrituras, o Livro dos Salmos é subdividido em cinco livros menores. Cada livro é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poemas. Uma doxologia apropriada foi colocada pelos editores no final de cada livro:

Livro I [Salmos 1-41], a maioria dos cânticos é atribuída a Davi;

Livro II [Salmos 42-72] é uma coleção de cânticos por, de, ou para os filhos de Corá, Asafe, Davi e Salomão; nessa coleção, quatro escritos permanecem anônimos;

Livro III [Salmos 73-89] é marcado por uma grande coleção de cânticos de Asafe. Asafe foi o chefe dos cantores do rei Davi (1Crônicas 16.4-7);

Livro IV [Salmos 90-106], embora a maioria dos salmos não tenha os seus autores citados, Moisés, Davi e Salomão também colaboraram;

Livro V [Salmos 107-150] registra-se vários cânticos de Davi, também está neste Livro V, a série de cânticos chamada de Hallel Egípcio (Salmos 113-118). Os cânticos finais nesse livro [Salmos 146-150] são conhecidos como o “Grande Hallel”. Cada cântico começa e termina com a exclamação hebraica de louvor, “Hallelujah!”.

Doxologia, expressão de louvor a Deus, no Novo Testamento emprega-se “bendito” (Mateus 21.9; Romanos 9.5; 2Coríntios 1.3; Efésios 1.3; 1Pedro 1.3) e “glória” [Lucas 2.14; Romanos 11.36; 1Timóteo 1.17; 1Pedro 4.11; Apocalipse 7.12].

Títulos informativos são encontrados no começo de muitos dos salmos. A preposição hebraica usada em muitos títulos pode ser traduzida de três maneiras: “a”,”para”, e “de”. Ou seja, “dedicado a”, “para o uso de” e “pertecente a”. Todos os títulos que descrevem a situação histórica do salmo tratam da vida de Davi. Os salmos 7, 34, 52, 54, 56, 57, 59 e 142 referem-se aos eventos ocorridos durante o problemático relacionamento de Davi com Saul; os Salmos 3, 18, 51, 60 e 63 cobrem o período em que Davi reinou sobre Judá e Israel.

Outros títulos precedentes aos salmos referem-se aos instrumentos usados no acompanhamento; a melodia ou música apropriada; que parte do coral deve guiar (por exemplo, soprano, tenor, baixo); ou que tipo de salmo é (por exemplo: meditação, oração). Alguns dos significados destas anotações musicais e litúrgicas são hoje desconhecidos.

Poesia Hebraica. Em lugar de rima de sons, a poesia e o cântico hebraicos são marcados pelo paralelismo, ou rima de idéias. A maioria do paralelismo é dística que expressam pensamentos sinônimos em cada linha [36.5]. Outros são antíteses, em que a segunda linha expressa a negativa da linha precedente [20.8]. Também há dísticos construtivos ou sintéticos, os quais tendem a adicionar ou a fortalecer um pensamento [19.8,9]. Alguns poucos paralelismos são causais, apresentando a justificativa da primeira linha [31.21]. As vezes, o paralelismo envolve três linhas [1.1], quatro [33.2,3] ou mais linhas.

O Livro dos Salmos e os princípios de culto que eles refletem atendem a alma do homem e ao coração de Deus, pois é produto da obra do Espírito Santo. Davi, o principal colaborador do Livro dos Salmos, foi ungido pelo Espírito Santo [1Samuel 16.13]. Essa unção não foi apenas pra o reinado, mas para o oficio de profeta [Atos 2.30;] e as suas afirmações proféticas foram feitas pelo poder do Espírito Santo [Lucas 24.44; Atos 1.16] Na verdade, as letras desses cânticos foram compostas por inspiração do Espírito Santo [2Samuel 23.1,2], como também os planos de escolher maestros e corais com orquestras de acompanhamentos [1Crônicas 28.12,13].

Portanto, os Salmos são únicos e imensamente diferentes das obras de compositores seculares. Ambas podem refletir a profundidade da agonia experimenta pelo espírito humano atormentado, com toda a sua comoção, e expressar a alegria extasiante da alma libertada, mas apenas os Salmos chegam a um plano superior através da unção criativa do Espírito Santo.

Relatos específicos mostram que o Espírito Santo opera criando vida [104.30]; que acompanha fielmente os crentes [139.7]; que guia e instrui [143.10]; que sustem o penitente [51.11-12].


Vivendo Por, Em e Para Cristo; nos interesses da Igreja que Cristo edificou.

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